A denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e o levantamento do sigilo da delação premiada do seu ajudante de ordens, Mauro Cid, acirraram os ânimos no Congresso e já provocaram as primeiras discussões entre os parlamentares.
Na última quarta-feira (21), a sessão da Câmara dos Deputados precisou ser suspensa após um tumulto entre aliados de Bolsonaro e deputados da base.
O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu uma bronca nos parlamentares e ameaçou levar ao Conselho de Ética parlamentares envolvidos em agressões dentro da Câmara.
“Com certeza isso vai trazer um movimento forte no plenário. A reação de ontem [discussão da base e da oposição], já foi nítida em relação a essa denúncia. Não tenho dúvidas de que vai impactar muito em relação ao comportamento no plenário”, afirmou o líder do PDT, Mário Heringer (PDT-MG).
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-SP), disse que a denúncia e a delação de Cid “aqueceu os ânimos” dos parlamentares.
O deputado afirmou que Motta foi feliz no discurso, mas pediu equilíbrio para que o exagero dos dois lados sejam coibidos.
“A denúncia e a delação acirram os ânimos, o que não é bom. Mas precisamos de um mínimo de civilidade. Acho que a gente dos dois lados temos que ter o equilíbrio, fazer o confronto ideológico nas ideias e sem tantos exageros de querer aparecer para jogar nas redes sociais”, afirmou.
O líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que a oposição deve tentar ampliar a pauta anti-STF e “fazer barulho”, mas acredita no enfraquecimento do projeto que propõe anistia aos golpistas do 8 de janeiro.
“Acho que com a denúncia a tendência deles [oposição] é tentar criar barulho, ir para o conflito. Eles devem querer ampliar a pauta anti-STF, mas acredito que tudo isso [denúncia e delação] enfraquece a anistia. Acho que a anistia morreu”, afirmou o líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ).