Uma extensa mancha escura, com odor forte, apareceu no mar da praia do Bessa, em João Pessoa, próximo à praia de Intermares, em Cabedelo, na manhã do último dia 17 de março. O fenômeno causou espanto e indignação entre banhistas e moradores, levantando preocupações sobre a qualidade ambiental das águas e a gestão do saneamento na região.
A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) analisou a água e constatou características típicas de área de mangue, como cor e odor específicos. No entanto, a presença de coliformes foi detectada, sugerindo possível contaminação por esgoto, embora dentro de níveis não alarmantes.
A região afetada corresponde à foz do Rio Jaguaribe, conhecida como Rio Morto, que há anos enfrenta desvios no curso d’água e falta de ligação adequada com o leito principal do rio. Isso leva ao acúmulo de matéria orgânica ao longo do tempo, liberando gases como o sulfeto de hidrogênio (H₂S), responsável pelo odor desagradável. Em períodos de chuvas intensas, esse material acumulado é despejado no mar, fenômeno conhecido popularmente como “língua negra”.
A Sudema recomenda que banhistas evitem entrar na água em um raio de 100 metros à direita e à esquerda do ponto de despejo. O órgão seguirá monitorando a balneabilidade da área semanalmente e investigará possíveis despejos clandestinos de esgoto por meio do projeto Praia Limpa, visando identificar e combater a poluição nas águas do Rio Jaguaribe.