Em meio às articulações de parlamentares para barrar o reajuste do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) proposto pelo governo, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez críticas contundentes à condução fiscal do Executivo. As declarações foram interpretadas como um sinal de apoio à movimentação no Congresso para conter a medida.
Motta afirmou que o Legislativo tem colaborado com projetos de interesse do país, mas criticou o desequilíbrio nas contas públicas:
“A Câmara tem sido parceira do Brasil aprovando os bons projetos que chegam do Executivo. Mas quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor.”
Ele também destacou que o governo não pode transferir a responsabilidade pelo controle fiscal ao Congresso:
“O Executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar. O Brasil não precisa de mais imposto. Precisa de menos desperdício. Vamos trabalhar sempre em harmonia e em defesa dos interesses do país.”
Reações e propostas no Congresso
Parlamentares da oposição estão mobilizados para tentar barrar o reajuste do IOF por meio de um decreto legislativo. Entre as propostas apresentadas, uma é de autoria do deputado André Fernandes (PL-CE) e outra do senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado. Hugo Motta não se posicionou diretamente sobre esses projetos.
A proposta de aumento do IOF havia sido anunciada pelo governo na quinta-feira (22), mas a reação negativa do mercado forçou o Ministério da Fazenda a recuar. Menos de 24 horas depois, a pasta cancelou a aplicação do aumento sobre investimentos de fundos nacionais no exterior.