O Instituto São José, que administra o Hospital Padre Zé, em João Pesssoa, está cobrando mais de R$ 1 milhão, a título de danos materiais, ao Padre Egídio e outros investigados da Operação Indignus por desvios na unidade hospitalar.
Em ação na Justiça, o Instituto pede o valor exato de R$ 1.083.243,77 da parte líquida e ainda a ser somada a parte “ilíquida a ser objeto de arbitramento por este juízo em liquidação sentença, a partir das informações extraídas de todas as ações criminais indicadas no bojo desta ação.”
“Os valores indicados representam a parcela líquida dos danos materiais devidos pelos promovidos ao Instituto São José, que totaliza o valor de R$ 1.083.243,77 (um milhão, oitenta e três mil, duzentos e quarenta e três reais e setenta e sete centavos), que deve ainda se somar à parte ilíquida a ser objeto de arbitramento por este juízo em liquidação sentença, a partir das informações extraídas de todas as ações criminais indicadas no bojo desta ação”, diz o trecho da ação judicial.
O Instituto pede a condenação dos investigados para o pagamento de indenização por danos materiais ao Instituto São José “correspondente a todos os valores que foram objeto – direta ou indiretamente – dos desvios praticados pelas partes Promovidas, capitaneados por Egídio de Carvalho Neto, que foram ou possam vir a ser identificados nas ações criminais” que estão em andamento no Poder Judiciário da Paraíba.
Relembre a operação
O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público, apresentou a 6ª denúncia no âmbito da Operação Indignus. A ação investiga supostas fraudes milionárias no Hospital Padre Zé, em João Pessoa.
Nela são denunciados por lavagem de dinheiro o ex-diretor da instituição, padre Egídio de Carvalho, a ex-diretora Amanda Duarte, e mais 5 pessoas que atuariam como empresários e cujas empresas forneciam produtos para programas sociais executados pelo Instituto São José.
Foram denunciados os empresários Kildenn Tadeu Morais de Lucena, Sebastião Nunes de Lucena, Sebastião Nunes de Lucena Júnior, Mariana Inês de Lucena Mamede e Maria Cassilva da Silva.
O religioso (Egídio) já tinha sido denunciado pelo sumiço de aparelhos celulares, além de outras quatro ações: uma tendo como objeto a compra e aluguel de um veículo a uma ex-diretora; outra para apurar a aquisição de monitores hospitalares; uma ação em que é acusado de estelionato contra uma idosa e outra que apura uma transação envolvendo um imóvel na orla de João Pessoa.
De acordo com o Gaeco, os empresários seriam donos ou administradores de empresas contratadas pelo Instituto São José – pertencentes a um mesmo núcleo familiar – para o fornecimento de alimentação no programa Prato Cheio, através de um Termo de Colaboração com o Governo do Estado.
A iniciativa tinha o objetivo de atender moradores de rua em cidades como Guarabira, João Pessoa, Pombal, Cajazeiras e Campina Grande. Até o ano passado, foram firmados 14 termos de colaboração junto às instituições do Padre Zé, totalizando repasses superiores a R$ 21 milhões.
“Percebe-se uma prevalência/hegemonia das empresas ligadas ao SR. KILDENN TADEU como fornecedoras dos itens ligados à ação PRATO CHEIO. ALGUMAS DELAS CRIADAS NO ANO DE PARTICIPAÇÃO -, cujo montante total (apenas nos mencionados Termos de Colaboração) alcançam R$ 18.424.000,00”, relata a denúncia.