A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou nesta sexta-feira (31) que os Estados Unidos vão impor, a partir deste sábado (1º), tarifas de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México.
Leavitt também afirmou que será aplicada uma taxação de 10% sobre importações da China.
“O presidente [Donald Trump] irá implementar amanhã tarifas de 25% sobre o México e sobre o Canadá, além de uma tarifa de 10% sobre a China pelo fentanil ilegal que eles têm fornecido e permitido distribuir em nosso país, o que matou dezenas de milhões de americanos”, disse.
Ao confirmar o início das medidas para este sábado, a porta-voz da Casa Branca se recusou a dizer se alguns produtos específicos ficarão isentos. A previsão é que as cobranças entrem em vigor imediatamente após a publicação.
A imposição de tarifas pelos EUA vem em linha com as promessas do presidente Donald Trump de taxar seus três principais parceiros comerciais.
São países com os quais a maior economia do mundo possui déficit na balança comercial — ou seja, os EUA gastam mais com importação do que recebem com exportação.
Trump já havia reforçado, na quinta-feira (30), que cumpriria seu plano de taxar em 25% importações do Canadá e do México. O republicano ainda não havia decidido, porém, se a medida incluiria o petróleo desses países.
Em entrevista a jornalistas, o presidente dos EUA disse que a aplicação de tarifas contra os países visa lidar com déficits comerciais e com problemas nas fronteiras, como a travessia de migrantes sem documentos e o tráfico de fentanil.
Canadá e México disseram anteriormente que responderiam às tarifas dos EUA com medidas próprias, ao mesmo tempo em que buscavam garantir a Washington que estavam agindo para lidar com as preocupações sobre suas fronteiras com os EUA.
Na quinta-feira, Trump também havia reafirmado seus planos de impor novas tarifas de 10% sobre a China.
“Com a China, também estou pensando em algo porque eles estão enviando fentanil para o nosso país e, por causa disso, estão nos causando centenas de milhares de mortes”, disse.
“Então, a China vai acabar pagando uma tarifa também por isso, e estamos no processo de fazer isso.”
Durante a campanha eleitoral, o republicano ameaçou atingir produtos chineses com tarifas de até 60%, mas adiou qualquer ação imediata em seu primeiro dia de volta à Casa Branca. Além disso, ordenou que seu governo estudasse a questão.
Desde 2018, as importações de produtos chineses pelos EUA se estabilizaram — um cenário que os economistas atribuíram em parte a uma série de tarifas que Trump impôs durante seu primeiro mandato.
Até o momento, os chineses têm se mostrado dispostos a evitar uma nova guerra comercial. Na última sexta-feira (24), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que os dois países podem resolver suas diferenças por meio do “diálogo”.
“A cooperação econômica e comercial entre a China e os EUA é benéfica para ambos os lados”, disse, ao declarar que seu país “nunca” busca deliberadamente ter um superávit comercial.
“Guerras comerciais e tarifárias não têm vencedores e não servem aos interesses de ninguém”, completou.