O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empossou na tarde desta segunda-feira (10) Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Alexandre Padilha (PT-SP) como novos ministros da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e da Saúde, respectivamente.
A cerimônia, realizada no Palácio do Planalto, oficializou as mudanças anunciadas no fim de fevereiro dentro de uma reforma ministerial fatiada que Lula implementa.
companham a posse também os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP).
Além disso, também estão presentes os governadores da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e de Mato Grosso, Mauro Mendes (União). Em janeiro, Lula nomeou Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha de 2022, como ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) no lugar do deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Padilha reassume o Ministério da Saúde, que comandou entre 2011 e 2014, no lugar de Nísia Trindade. Lula decidiu fazer a troca porque desejava “mais agressividade na política” e “agilidade” na pasta.
Ministério desmontado e campanha misógina
Nísia Trindade foi a primeira a falar durante o evento. Ela desejou sucesso para Padilha e disse que a sua fala, na ocasião, seria de despedida.
“Aceitei com entusiasmo o convite do presidente Lula o convite para integrar esse seu mandato. As tarefas de reconstruir o SUS é um desafio para o presente e futuro do país. O mundo olha para o Brasil em busca de soluções. A saúde faz parte dessas respostas como ficou evidente nas resoluções do G20”, disse Nísia.
“Encontrei um Ministério da Saúde desmontado e desacreditado. Durante o nosso trabalho de reconstrução, encontramos mais de 4,5 mil UBS instaladas que aguardavam credenciamento há 4 anos, obras paralisadas, inúmeros leitos de UTI não cadastrados, a rede de atenção psicossocial também desmontada, Farmácia Popular com risco de paralisação, entre tantas outras situações alarmantes”, prosseguiu.
Nísia também destacou a retomada da cobertura vacinal após, segundo ela, “anos de negacionismo”.
“O Brasil saiu da vergonhosa lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas no mundo. Em 2021, ocupava o sétimo lugar. Nesse período também foi possível recuperar o certificado de país livre do sarampo, perdido em 2019”, argumentou.
“Creio que seja esse o legado que deixo: reconstruir o SUS e a capacidade de gestão do Ministério da Saúde. O SUS tornou-se na percepção púbica uma grande marca durante a pandemia de Covid-19. Tenho orgulho de afirmar que fui ministra do SUS”, completou.
A agora ex-ministra também frisou que sofreu campanha misógina e inaceitável enquanto esteve no cargo.