A subprocuradora-Geral da República, Elizeta Maria de Paiva Ramos, encaminhou nesta terça-feira (11) uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) recomendando a rejeição do recurso da defesa de Padre Egídio de Carvalho, que busca anular sua prisão preventiva. O sacerdote está atualmente em prisão domiciliar no âmbito da Operação Indignus, que investiga o desvio de recursos milionários do Hospital Padre Zé, em João Pessoa.
Segundo Elizeta Maria em sua manifestação, não há apenas gravidade abstrata nos fatos investigados, mas sim uma “perigosidade social” do religioso, justificando sua permanência em regime de prisão preventiva até o julgamento. A defesa argumenta que a medida é nula por falta de contemporaneidade, ressaltando que ele não ocupa mais funções eclesiásticas ou administrativas no hospital, tem seus bens bloqueados e que todos os elementos necessários à investigação já foram coletados.
Também alega que o padre sempre compareceu às intimações e que enfrenta problemas de saúde, além de ser o único responsável por sua mãe idosa, de 92 anos.
A Procuradoria-Geral da República, porém, rebateu os argumentos da defesa e afirmou que não há ilegalidade que justifique a revogação da medida. A decisão agora está nas mãos da ministra Cármen Lúcia. Padre Egídio foi preso no final de 2023 sob acusação de liderar o esquema de desvio de recursos do hospital e está em prisão domiciliar desde abril do ano passado, após passar por cirurgia.