A mais de um ano das eleições nacionais de 2026, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já movimentam suas estratégias para a disputa ao Senado Federal.
Com a renovação de dois terços do Senado, serão 54 cadeiras em disputa, já que cada estado terá direito a eleger dois senadores. A importância dessa eleição é destacada por lideranças políticas, dado o papel do Senado na formulação de políticas nacionais e no equilíbrio dos poderes.
O grupo ligado a Bolsonaro mantém o desejo histórico de dominar a Casa, acreditando que a maioria absoluta (41 cadeiras ou mais) fortalecerá pautas estratégicas, inclusive ações contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro afirmou recentemente que quem dominar o Senado “mandará mais do que o próprio presidente da República”.
Do outro lado, Lula reforça que sua base precisa eleger senadores para impedir que adversários provoquem instabilidade política, referindo-se a possíveis “muvucas” no país.
Nos bastidores, os dois campos políticos trabalham intensamente para montar as maiores bancadas, fortalecendo alianças regionais e nacionais. O Senado é peça-chave para aprovações legislativas, reformas e decisões que impactam diretamente o governo e a estabilidade política.
Além disso, o Senado tem papel importante na renovação de autoridades, sabatina e aprovação de indicações ao STF, e análise de processos de impeachment contra magistrados — atribuições que aumentam sua relevância no cenário político.
Na oposição, há clara intenção de usar o Senado como base para fortalecer a atuação contra o governo e o Judiciário. Para o lado governista, manter maioria aliada ajudará a evitar turbulências em um eventual quarto mandato de Lula.
Movimentações pré-eleitorais
Bolsonaro tem negociado com partidos aliados para lançar duas candidaturas ao Senado em cada estado, buscando ampliar sua base na Casa.
O PT também já iniciou as discussões internas, com um grupo de trabalho eleitoral que planeja antecipar decisões sobre candidatos e apoios. A expectativa é que novas reuniões aconteçam em breve para definir nomes com potencial eleitoral.
Dirigentes do PT defendem a antecipação das definições para entrar no ano eleitoral com candidaturas consolidadas, visando frear o avanço da oposição no Senado.
Reeleição de Lula em foco
Para o PT, as eleições de 2026 são vistas como decisivas para consolidar a possível candidatura de Lula à reeleição. Edinho Silva, pré-candidato à presidência do partido, destacou que a disputa será fundamental para os rumos do Brasil, ressaltando que será a última eleição de Lula como candidato.
Ele defendeu ainda a ampliação do diálogo do PT com setores diversos da sociedade para garantir a disputa política dentro do Congresso Nacional e fortalecer a base aliada.
Assim, a corrida para o Senado em 2026 promete ser um dos principais embates políticos do país, com forte polarização entre petistas, bolsonaristas e grupos de centro que buscam ampliar sua influência na Casa.