PRESSÃO NO PLANALTO
Medidas fiscais: Reunião entre Lula, ministros e líderes do Congresso busca pacificar tensão

O presidente Lula (PT) se reuniu nesse sábado (14) com ministros do governo e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), em meio à pressão para a derrubada de medidas fiscais anunciadas após o recuo no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O encontro, que não constava da agenda oficial do presidente, também contou com a presença do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, que mantém influência no Parlamento. A reunião no Palácio da Alvorada se estendeu até depois do meio-dia.

Segundo interlocutores, Lula convocou a reunião na noite anterior com o objetivo de tentar pacificar as relações entre Executivo e Legislativo.

Nos últimos dias, o governo enfrentou forte reação ao pacote de medidas divulgado pelo Ministério da Fazenda. A medida provisória e o decreto presidencial publicados na quarta-feira (11) preveem, entre outras mudanças, aumento da tributação sobre apostas esportivas, fintechs, títulos públicos incentivados e juros sobre o capital próprio, além de alterações na cobrança do Imposto de Renda sobre investimentos.

Parte dessas medidas havia sido apresentada a líderes partidários no domingo (8), durante uma reunião na residência oficial da Câmara. Após o encontro, Motta e o ministro da Fazenda demonstraram otimismo e ressaltaram o caráter histórico e dialogado da reunião.

No entanto, o clima de entendimento durou menos de 24 horas. No dia seguinte, o presidente da Câmara declarou que o Congresso não havia se comprometido a aprovar o novo pacote.

Ao longo da semana, diante da reação negativa do mercado e da opinião pública, Motta adotou postura mais firme e comunicou ao Planalto que as medidas enfrentariam dificuldades para serem aprovadas, especialmente após decisão do Supremo Tribunal Federal sobre emendas parlamentares.

Na quinta-feira, o deputado paraibano anunciou que pautará a urgência do projeto que revoga o decreto presidencial sobre as alíquotas do IOF. A oposição pretende derrubar ambos os decretos — o inicial e o que recuou — para restabelecer o patamar anterior das alíquotas.

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