O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (3), a R$ 5,62, atingindo seu menor valor no ano. Também foi o menor patamar desde 14 de outubro, quando fechou a R$ 5,5821.
Os investidores passaram o dia focados nas novas tarifas de importação anunciadas ontem pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essas tarifas foram apresentadas como uma resposta recíproca dos EUA aos países que taxam produtos americanos.
A desvalorização do dólar em relação ao real acompanhou o enfraquecimento da moeda americana em nível global. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação às principais moedas do mundo, caiu mais de 1,5%.
As principais bolsas de valores do mundo também reagiram aos anúncios e registraram fortes quedas. Tarifas maiores devem encarecer produtos que chegam aos EUA, subindo o preço de insumos para a produção de bens e serviços no país. É um cenário que reduz o lucro das empresas e piora a inflação.
O Ibovespa contrariou o mercado global durante boa parte do pregão, mas encerrou em leve queda, de apenas 0,04%. As taxas anunciadas de 10% para o Brasil foram as menores do tarifaço. Além disso, as tarifas podem abrir portas para exportadores brasileiros, que podem ganhar espaço com novos parceiros comerciais.
Na quarta-feira (2), Trump finalmente detalhou como funcionarão as tarifas recíprocas. As regiões mais afetadas foram a Ásia e o Oriente Médio, com taxas que ultrapassam 40% em alguns casos. A Europa também foi bastante impactada com tarifas de 20% anunciadas contra a UE.
Especialistas acreditam que esse aumento de preços deve pressionar os custos e reduzir o consumo nos EUA, o que pode provocar uma desaceleração ou até uma recessão na maior economia do mundo.
Ao mesmo tempo, o cenário de incerteza faz com que os investidores se afastem dos ativos de risco, como os mercados de ações, o que prejudica as bolsas de valores em todo o mundo.