A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou, nesta segunda-feira (26), a abertura de um inquérito para investigar a conduta do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) durante sua permanência nos Estados Unidos. A PGR aponta que o parlamentar pode ter atuado de forma intimidatória contra autoridades brasileiras por meio de declarações públicas e publicações nas redes sociais.
De acordo com o pedido assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, há indícios de que Eduardo Bolsonaro tentou pressionar órgãos como a Polícia Federal, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o próprio Ministério Público. O documento menciona entrevistas a veículos estrangeiros e postagens em tom de retaliação e advertência, com o intuito de influenciar o governo norte-americano a aplicar sanções contra autoridades brasileiras.
A PGR afirma que o deputado, que está nos Estados Unidos desde março, teria usado sua suposta influência para estimular medidas punitivas no exterior, apresentando-se como articulador de ações contra investigadores e julgadores de processos no Brasil.
Entre as diligências solicitadas estão: o monitoramento do conteúdo divulgado por Eduardo Bolsonaro, a oitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, pai do deputado, e o depoimento de Eduardo, além de esclarecimentos de autoridades diplomáticas brasileiras.
Eduardo Bolsonaro está licenciado do mandato parlamentar e declarou que deixou o país para “não ser perseguido”, afirmando ainda que buscaria “sanções contra violadores de direitos humanos no Brasil”.