O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu um prazo de 10 dias para que a equipe econômica do governo Lula apresente uma alternativa ao recente aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), decretado na semana passada. Segundo o parlamentar, há uma insatisfação generalizada entre os deputados, e o clima no Congresso é de forte pressão para revogar a medida.
“Reforcei a insatisfação geral dos deputados com a proposta de aumento de imposto do governo federal. O ambiente é favorável à derrubada do decreto do IOF na Câmara”, escreveu Motta na rede social X. Ele enfatizou que a solução esperada precisa ser sólida, de longo prazo e sem recorrer a “gambiarras tributárias” apenas para elevar a arrecadação.
As declarações foram feitas após uma reunião realizada na noite de quarta-feira (28) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. O encontro também contou com a presença do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e de líderes partidários das duas Casas Legislativas.
Motta afirmou que a principal crítica dos parlamentares é a forma unilateral com que o decreto foi editado, sem diálogo com o Congresso. Segundo ele, qualquer nova proposta deverá ter caráter estrutural e sustentável, evitando medidas emergenciais que penalizem a economia.
Após a reunião, Fernando Haddad defendeu o aumento do IOF, explicando que a medida foi adotada como forma de compensar cortes de despesas, mantendo o equilíbrio fiscal. O ministro alertou para os impactos negativos de uma eventual revogação do decreto e afirmou que apresentou os fundamentos técnicos da decisão aos parlamentares.
O tema seguirá em debate nos próximos dias. Caso o governo não apresente uma proposta alternativa que satisfaça o Congresso, líderes da Câmara e do Senado já sinalizaram que poderão votar pela revogação do aumento do imposto.
