Durante evento realizado nesta quarta-feira (28) em Cachoeira dos Índios, no sertão da Paraíba, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a importância da transposição do Rio São Francisco e fez uma declaração marcante: “Deus deixou o sertão sem água porque sabia que eu seria presidente da República”.
A cerimônia marcou a entrega de uma obra do Novo PAC voltada à infraestrutura hídrica da região. Em seu discurso, Lula relembrou as dificuldades históricas enfrentadas pelo Nordeste e destacou a relevância do projeto de integração do Velho Chico, iniciado oficialmente em 2007 durante seu segundo mandato.
“Essa foi a decisão mais importante que tomei na minha vida. Porque essa era uma obra desacreditada, prometida há 179 anos. Muita gente achava impossível”, afirmou. O presidente relatou sua vivência pessoal com a seca e o sofrimento da população nordestina. “Somente alguém que passou fome, que carregou pote de água na cabeça aos sete anos de idade, entenderia essa necessidade”, disse. Em tom descontraído, ainda brincou: “Por isso não tenho pescoço, de tanto carregar pote na cabeça”.
Mais cedo, em Salgueiro (PE), Lula assinou uma ordem de serviço para ampliar as obras de integração do São Francisco em quatro estados. Em tom político, criticou o governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e fez um apelo ao eleitorado. “A gente não pode votar em qualquer tranqueira para governar o país. É preciso eleger quem tem compromisso, dignidade e coragem para olhar o povo nos olhos”, afirmou.
Lula ainda não confirmou se será candidato à reeleição em 2026, mas é o nome mais forte do PT para a disputa. Caso concorra, poderá buscar um inédito quarto mandato presidencial, aos 80 anos.
