A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil poucos dias após ser condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo a parlamentar, a viagem à Europa foi motivada por questões de saúde e ela pretende solicitar licença do mandato na Câmara dos Deputados.
O momento da viagem chama atenção: a condenação foi proferida em 18 de maio, e Zambelli afirmou ter deixado o país “há alguns dias”. Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, ela alegou que já vinha realizando tratamento médico fora do país e que usará a prerrogativa constitucional para se licenciar. “Tem essa possibilidade na Constituição, acho que as pessoas conhecem mais isso hoje em dia porque foi o que o Eduardo [Bolsonaro] fez também”, afirmou.
A defesa da deputada disse desconhecer seu paradeiro exato e não confirmou se a saída do Brasil foi oficialmente comunicada à Câmara.
A decisão do STF prevê a perda automática do mandato, restando apenas a ratificação da Mesa Diretora da Câmara. No entanto, há divergências entre os parlamentares, com parte defendendo que essa decisão deve passar pelo plenário.
Zambelli enfrenta desgaste político crescente e é apontada, inclusive pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, como uma das responsáveis por seu fracasso nas eleições de 2022. Apesar disso, ela deve contar com o apoio da bancada do PL, partido pelo qual foi eleita.
A situação levanta questionamentos sobre o real motivo da viagem e reacende o debate sobre o uso de licenças parlamentares diante de condenações judiciais. Não há previsão para o retorno da deputada ao Brasil.
