O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, rejeitar mais uma vez o pedido de revogação da prisão preventiva do padre Egídio de Carvalho Neto, investigado na Operação Indignus. A medida foi mantida com base na gravidade das acusações e no entendimento de que há indícios concretos do envolvimento do religioso em um esquema de desvio de recursos públicos.
A relatora do caso, ministra Cármen Lúcia, teve seu voto acompanhado pelos ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Luiz Fux. Em sua manifestação, a ministra destacou a gravidade dos atos supostamente praticados por Egídio, especialmente o modus operandi da organização, que teria agido com “ousadia”, “destemor” e “indiferença à atividade estatal”.
Segundo a relatora, os recursos desviados deveriam ter sido utilizados para atender pessoas em situação de vulnerabilidade por meio do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA). “Tratando pessoas, salvando vidas e, sobretudo, os mais necessitados, os pobres do Padre Zé”, enfatizou Cármen Lúcia.
Preso preventivamente desde 17 de novembro de 2023, durante a segunda fase da Operação Indignus, padre Egídio é apontado como líder de uma organização criminosa responsável pelo desvio de aproximadamente R$ 140 milhões de uma unidade hospitalar filantrópica localizada em João Pessoa.
Em abril do ano passado, o padre chegou a ser transferido para prisão domiciliar por questões de saúde, mas continua buscando autorização da Justiça para responder ao processo em liberdade.